domingo, 17 de outubro de 2010

helô ;D

- Tenho uma surpresa para você. – ele lhe disse, com aqueles olhos cor do mar refletindo em alguma luz que ela não era capaz de ver.


Fechou a porta com carro e rapidamente foi para o acento do motorista. O carro acordou para a vida rapidamente, e ele começou a dirigir pelo caminho íngreme sem se preocupar muito com a estrada, já que praticamente conseguia percorrê-la de olhos fechados. Segurou a mão da garota e entrelaçou seus dedos nos seus. Saudade. Esse era seu apelido. A história que lhe rendera aquele apelido lhe trouxera lágrimas aos olhos. E esse era o garoto que não chorava desde o divórcio dos pais, há dois anos. A história de uma menina que tivera que superar o acidente de carro que matou sua mãe minutos depois de ela ter-lhe perdoado por ter fugido e deixado-a com o pai. Ela nem ao menos teve a oportunidade de dizer-lhe “eu te amo”. O que restara da mãe era apenas aquela imagem daquele olhar penetrante. Mas a garota sabia que o tempo desbotaria a imagem até que dela restasse apenas uma saudade. O pai matou-se poucos dias depois, pois sofria muito com a saudade deixada pela mulher. E por isso a menina foi obrigada a mudar de cidade, para tentar esquecer todas as lembranças presentes em seu lar, mesmo que soubesse que ela nunca seria capaz de o fazer. E depois foi criada por sua avó que anos antes dela nascer, havia perdido o marido para uma jovem mulher e por isso acabara se tornando uma velha amargurada. E ela nunca havia encontrado realmente seu lugar, ela dissera, até olhar as estrelas. Pois ela sabia que as estrelas nunca deixariam saudade, pois sempre estariam ali. O tempo não era capaz de levá-las para longe.

O garoto estacionou o carro há alguns metros da praia, e logo se levantou para abrir a porta para a garota. Mas ela já estava em pé, fora do carro olhando para cima como quem vê o paraíso.

Ela sorriu para ele e ele pegou-lhe a mão e a puxou para a areia. Deitaram-se próximos um do outro, a cabeça da menina descansando em seu ombro largo. Olharam para o céu repleto de estrelas cintilantes. Ela pensava o que era aquilo que estava sentindo, aquele sentimento ardendo nas suas entranhas, que estavam fazendo ela se sentir estranhamente completa. Ele pensava que Saudade tinha razão, o mundo tinha algo mágico em si. Algo alimentado pelas esperanças, algo que a dor não pode mudar, algo que está sempre presente para quem olha com atenção. Sentia a garota ao seu lado e se perguntou até quando a teria. Então se lembrou de seu avô e de como ele se fora de repente, sem ele nem ter ao menos a chance de lhe dizer o quanto ele o admirava. Ele não queria que o mesmo acontecesse com essa garota. Olhou-a, então, nos olhos. Aqueles olhos castanhos claros, que há tanto tempo tem-lhe provocado uma estranha sensação de estar finalmente em casa.

- Eu te amo. – ele lhe disse, rouco de emoção.

Ela sorriu e o brilho da lua refletiu em seus dentes pálidos.

- Eu também te amo, Will.

E foi então que a primeira gota da água caiu entre os dois, no pedaço de areia que os separava. Ambos olharam para o céu a tempo de ver as gotas começarem a cair numa velocidade surpreendente. Ele se levantou e a puxou de leve pelo braço. Correram para debaixo de uma árvore próxima, alta e larga. Os cabelos da garota pingavam, e Will percebeu que não fora rápido o suficiente. Pegou uma mecha de seu cabelo escuro e girou-a de leve nos dedos antes de colocá-la atrás de sua orelha. Ela sorriu para ele e o garoto estendeu-lhe a mão.

- Dance comigo? – ofereceu.

E para sua surpresa, ela aceitou. Então eles dançaram embaixo daquela água que banhava o Mundo, naquele momento que parecia estar num lugar que o tempo não alcançava, e apenas se aproveitavam da alegria que borbulhava em seus corações.

2 comentários:

  1. Oi...

    Amei...*---*
    A parte da dança então...Achei perfeito!^^

    ~> Beijusss

    http://letraseternasdayane.blogspot.com/

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  2. eh vdd ou história?????

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